quarta-feira, 28 de novembro de 2007

RELAÇÃO PROFESSOR / ALUNO


É comum surgirem comentários, entre os professores, sobre a maneira como os alunos se comportavam nas salas de aula num passado não muito distante e a forma como se comportam hoje.
É claro que o silêncio é imprescindível para haver um bom desenvolvimento dos assuntos tratados na sala de aula. Mas não o silêncio mudo. O que se deseja é o silêncio responsável, dialogado, que cala o aluno para ouvir o professor e cala este para ouvir o aluno. O grande desafio é conseguir este ponto de equilíbrio, pois está provado e comprovado que qualquer um dos extremos é terrivelmente prejudicial à aprendizagem e destrói a relação harmoniosa entre o professor e o aluno.
Não é possível manter o estudante mudo na sala de aula. Ele precisa, sim, ter oportunidade de falar, argumentar, verbalizar, de forma clara, como está processando a aquisição do conhecimento. Mas, se o professor tolhe o aluno e não lhe dá espaço para expor suas hipóteses e construções, então será quase impossível estabelecer um relacionamento produtivo entre os dois.
O fato de que todos precisam se apoderar dos conhecimentos já elaborados, não significa que o aluno seja um mero repetidor desses conhecimentos. Se houver um clima de confiança entre o professor e o aluno, esses saberes poderão ser discutidos, aprofundados e analisados sob outras perspectivas. Mas, para que isto aconteça de forma proveitosa, é necessário haver uma relação dialógica, sem a qual vamos cair na educação bancária, tão repudiada pelo nosso mestre Paulo Freire.
Sabe-se que em muitas escolas existe espaço para se construir uma relação professor/aluno que vai além do aspecto meramente pedagógico. Nestes casos cria-se um elo de admiração mútua que muitas vezes vale mais do que o aprendizado dos conteúdos programáticos. Isto acontece porque somos todos seres de relações e temos necessidade de estabelecer vínculos afetivos com aqueles que nos cercam

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